quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Há dois anos... eu chorava.

Por Rodolfo Silva

Saudades eternas. 


Há dois anos... eu chorava.
A tristeza tomou conta do meu coração logo pela manhã.
Naquela Terça-Feira, meu pai liga a TV pela manhã para acompanhar o noticiário.
Mas as notícias que o jornal traziam não eram boas: um time de futebol do sul do país havia se acidentado de avião. 
Meu pai entra em meu quarto por volta de 08:00h, com uma expressão triste e assustada diz: "Caiu o avião do time da Chapecoense."
Eu ainda com sono, não entendi muito bem e perguntei "quem caiu, oq caiu? Deixa de bobeira, caiu nada nao."
Queria eu que meu pai estivesse estivesse se enganado, ou sonhado. Mas não. 
Ele repetiu a frase e disse "parece que foi feio o acidente".
A palavra acidente entrou em minha mente, mesmo grogue de sono, comecei a ficar assustado: "como assim?", disse.
No momento seguinte ele afirmou: "Vai lá na sala ver a TV, foi o time da Chapecoense."
Nesse momento me lembrei: a Chapecoense estava na final da Sulamericana após bater o San Lorenzo na Arena Condá. 
Eu não havia visto essa partida: optei por ver a final da Copa do Brasil para 'secar' o Atlético Mineiro. Mas me lembrava da cena heroica do final do jogo, quando Danilo fez o milagre que levaria a Chape para sua primeira final internacional. Eles iriam viajar para a Colômbia para enfrentar o Atlético Nacional.
Aquela linda, maravilhosa e histórica defesa entrou nas escrituras sagradas da terra do Índio Condá: como Deva Pascovicci havia narrado de forma brilhante: "Daniiiilooooooo, Foi o Condá, Foi o espírito de Condá que salvou essa ai."
Mas como a vida é feita de momentos de euforia e alegria, ela também nos trás momentos tristes e cruéis. 
É difícil aceitar que ela tenha levado tantos jogadores de uma vez só, de jogadores que viviam o auge de sua carreira e faziam sua história. 
Mas é a vida, injusta vida, aliás.  
Se aquela bola não tivesse entrado, se o avião não tivesse caído, se o Piloto tivesse feito escalas, se tivesse comunicado que estava com risco de pane seca...
Se essa tragédia não ocorresse... há dois anos eu não choraria.


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